A garota que mudou meu natal

[EDIT]: esse post é "antigo", de novembro ou dezembro de 2011, não me lembro. Escrevi-o antes do natal, mas não sei especificar o dia. Fato é que, por adversidades, não pude postá-lo. Bem, tudo que você lê aqui é meu, sendo assim postarei agora e espero que você espume pela boca, pois gente na internet costuma ter raiva de posts temáticos fora de época.[/EDIT]

Todo mundo que tem um espaço na internet quer falar de natal. É incrível. Eu não fugirei de tal tradição.

Tinha o pessoal do orkut, por volta de 2007, 2006 (foi quando entrei naquilo). Eles adoravam aqueles .gif animados que causavam epilepsia em crianças japonesas que ainda não viram o fatídico episódio do Porygon. Puta que pariu, aqueles anjinhos voando, Papai Noelviz num trenó desejando feliz natal... graças a Odin e todos os habitantes de Valhalla que eu não preciso suportar aquela bosta mais. O facebook, por pior que seja, ainda se salva nesse aspecto: eu posso ignorar a todos com deliciosa facilidade. Explico.

Bem, não vi ninguém enviar nenhuma mensagem de natal. Talvez, porque todos estão traumatizados pelo orkut, ou porque eu bloqueei as atualizações que apareciam no meu mural, feitas pelas pessoas que eu não gosto mas sou obrigado a ter como amigos (por questões de educação). Abaixo, há uma print screen editada ensinando como bloquear os chatos.

A ferramenta está marcada com a seta vermelha. Tá em inglês, mas qualquer babuíno semi-alfabetizado e com um mouse consegue encontrar essa opção na setinha que fica ao lado das atualizações dos idiotas na sua página inicial.

Eu não gosto de milhões dos meus "amigos" no facebook. Sendo assim, bloqueei os updates deles. Cara, é sério, por volta de 80 dos meus 100 contatos estão bloqueados. Se algum dia você, que é meu "amigo", perceber que parei de prestar atenção nas coisas que você escreve... bem, já sabe né. Digamos que gosto de você, bem longe de mim.

Depois desse tutorial, voltarei a falar de natal.

Tem gente que realmente ama o festejo. Acha que a data é importantíssima pra ficar com a família. Inclusive, tenho uma grande amiga (que chamarei de "garota", pois ter o nome proferido em meu blog é digno apenas às autoridades mundiais e pessoas de influência extrema nas mais importantes rodas políticas e sociais do globo terrestre) que tem uma tradição familiar: três dias de ceia natalina com a parentada. É, você não leu errado, TRÊS DIAS! Visto que tal tradição é, muito que provavelmente, milenar (dessa vez não é exagero), eu posso até entender, mas nada, NADA poderia ser pior do que limpar três dias de sujeira pós natalina. Puta que pariu, uma noite já suja muita coisa, imagina setenta e duas horas?

Duvido que haja alguém que celebre o natal como nascimento de cristo. Na boa, você só comemora essa merda pelos presentes e pela comida, está se fodendo se alguém supostamente morreu pelos seus pecados.

true story bro. Pode ler a piada outra vez, não precisa fingir que entendeu

Por fim, tem um tipo de pessoa que odeia o natal, pois de fato, tal época é pivô de problemas descomunais. Famílias com alcólatras, por exemplo, sofrem no natal, pois o familiar problemático foder-se-a juntamente dos entes queridos em brigas, acidentes automobilísticos, etc. Isso se soma ao enorme número de mortes por assaltos, desavenças, bebidas, drogas e coisas do tipo, que ocorrem todos os anos nessa data. Pode olhar na tv, os números de mortes no natal só crescem. E amigo, dessa vez você deve acreditar na tv: o natal é a data mais sangrenta de todas (eu já trabalhei com estatísticas criminais, acredite).

Eu odiava o natal. Participava dos presentes, comia demais e etc, mas por não poder fugir (sério, eu preferiria morrer a ter natal, na época). Tenros 13 ou 14 anos. Eu odiava essa data maldita. Mas as coisas mudaram na minha vida. Além de ficar mais velho, cresci como homem. Antes que você se pergunte, não, eu não virei crente (eu já fui, mas essa é uma outra história...). Eu simplesmente mudei (mas continuo adorando o filme do Grinch).

Aconteceu ano passado. Antes do natal, no começo do mês de dezembro. Conheci a garota. Fica aqui a lição; dentre meus 18 anos, descobri que algumas das melhores pessoas entraram em minha vida quase que de paraquedas, o que é um aprendizado valiosíssimo para os jovens: ter medo de situações novas só te deixa isolado. Você tem que pesquisar o mundo às vezes, cara.

Voltado ao assunto, a garota mudou tudo pra mim. Ela conseguiu mudar minha maneira de ver o natal, pois me deu o melhor presente que eu jamais recebi (sem putaria). Na época eu chorei bastante quando o recebi e admito chorar até hoje quando o vejo. Não entrarei em detalhes maiores, mas miraculosamente, após receber esse presente, o natal do ano passado foi o meu primeiro natal pacífico, sem ter que enfrentar problemas e tristezas. Tal efeito se estendeu ao ano novo e finalmente eu consegui ter duas datas festivas (seguidas!) com paz, sem precisar enfrentar os vários demônios que já assolaram a minha vida (excluindo-se obviamente os demônios do Diablo II).

Atribuo tudo isso à garota, pois ela realmente mudou tudo pra mim. Sim, houve outras pessoas, mas estas me ajudaram no caminho em si: a garota me demonstrou na teoria e na prática como a coisa toda é boa, ela me mostrou a imensidão. E o efeito se repetiu várias vezes ao longo do ano de 2011. Aniversários, festas, fins de semana, feriados: todas antigamente eram datas cheias de transtornos mas que se tornaram pacíficas. Creio piamente que a garota funcionou pra mim como um amuleto de alho contra vampiros: fiquei imune. Cara, pra você ter uma ideia, a mudança astral dela ao entrar em minha vida seria apenas equiparável se Jesus transformasse a água do Mar Morto em whisky envelhecido 37 anos, acompanhado de um caminhão lotado com barras de ouro e a Emily Deschanel na direção, louca pra gente dar uns amassos.

Esse texto ficou com uma cara de quem tá pegando no pé, mas foi só uma homenagem. Ela merece. Talvez, algum dia, eu escreva algo mais direcionado a ela, mas por enquanto é só isso.