19 de dez. de 2013

Um aviso curto

O blog está abandonado, eu sei. Entenda: estou de férias, depois de um semestre extremamente cansativo. Descobri muita coisa nova nesses últimos seis meses, minha cabeça fervilha de ideias e isso é excelente.
Descobri finalmente que todo aquele tempo na minha infância e adolescência que "perdi" lendo sobre química, sobre a formação de planetas e o modo de distribuição social das formigas é tempo recompensável. Descobri, através de pessoas muito importantes, que adoro CIÊNCIAS.

Mas lendo um texto do Cardoso sobre divulgação científica, concluí finalmente que não era só eu que achava que a divulgação científica é muito pobre no nosso mundinho. Eu me treinei a acreditar somente em conhecimento passado com referências bibliográficas confiáveis, entenda isso. No entanto, nem sempre estou afim de ler um artigo científico no PubMed, principalmente quando tenho dúvidas se aquela dor de cabeça é causada por um tumor cerebral ou apenas porque bati a cabeça na parede.

Divulgação científica é apenas uma tradução. Uma maneira de retirar os jargões científicos de um texto e colocar linguagem acessível ao público, sem colocar nem tirar palavras do autor original. Divulgar ciência é como desfiar um frango: no final das contas tudo continua sendo frango, mas os ossos, difíceis de digerir, são deixados pra trás. A informação importante é o que resta, bem fácil de mastigar, engolir, saciar e digerir.

Nenhum assunto deve fugir da investivação científica e da divulgação científica. Justamente por esse motivo que eu discuto sobre cartas de tarot ou até mesmo as motivações que levam uma pessoa a sentir a tristeza após o fim de uma série de TV que ela adora (saudades, Breaking Bad). Eu PRECISO saber o que há por trás desses acontecimentos tão banais do dia a dia. É uma necessidade quase fisiológica, criada por mim.

Por isso eu vou abrir um novo blog. Sim, meu terceiro blog, mas paralelo a esse aqui. Vai ser estritamente para assuntos científicos, seja notícias de terceiros, produções próprias, releituras de artigos. Não interessa. Eu me sinto na obrigação de produzir um pouquinho de ciência, pra tentar retribuir as toneladas já lidas.

Aguardem, meus caros.

15 de out. de 2013

Como eu enxergo a religião

Ultimamente, estou raciocinando muito sobre vários assuntos, tendo mais contato com ciência. Acabei conhecendo muito mais sobre quem sou eu e tendo uma visão diferente da religião e do seu papel no mundo. Pensei muito antes de escrever esse texto, mas ainda tenho aquele sentimento de que não vai ser realmente o que quero dizer: vai ser bem menos.

Antes de tudo, preciso explicar o significado da palavra raciocínio. A função cognitiva RACIOCÍNIO é resultante da junção de várias funções cognitivas, como memória, percepção espacial, percepção cronológica, propriocepção (reconhecimento do próprio corpo), linguagem, entre outras. Além disso, RACIOCÍNIO funciona como uma função integrativa, possibilitando ao homem tomar atitudes frente a situações oferecidas pelo meio interno ou externo.
Fato é: você só raciocina pois você tem experiências anteriores que dão combustível para que as suas funções cognitivas funcionem juntas, gerando RACIOCÍNIO. Juntas, todas as funções cognitivas originam o ESTADO DE CONSCIÊNCIA, que (bem resumidamente) pode ser de vigília (acordado), sono, coma ou morte.

Através do raciocínio, o homem cria a SIGNIFICAÇÃO, uma função cognitiva que permite agregar valores a tudo que é visto, ouvido, cheirado, tateado, pensado, lembrado, sentido... enfim. A função de SIGNIFICAÇÃO é fazer você reconhecer que aqueles óculos do seu avô, pendurados no canto da sala, são importantes. Sua memória lembra que aquele par de óculos era do seu avô, sua memória lembra que ele faleceu e que ele era importante por você, havia empatia. Então, a SIGNIFICAÇÃO funciona, agregando valores emocionais a um objeto, já sem uso.

Dessa forma, o homem é um animal IRRACIONAL, pois os sentidos (visão, olfato), as funções cognitivas (memória, linguagem), provocarão a evocação da significação, que gerará emoções. As emoções são COMPLETAMENTE irracionais. Nem me venha dizer que você consegue explicar racionalmente o amor. Explicar é uma coisa, mas evocar, ou melhor, evitar racionalmente, é outra bem diferente.

A significação justifica por si só a existência da religião. Por amar alguém, por amar a própria vida, o homem deseja mantê-la consigo, jamais perdê-la. Criando o mito de que ele viverá após sua morte (algo que, por si só, já parece bem irreal), ele "vence" a morte. Evitando emoções negativas (perda, tristeza, solidão) o homem vive mais positivamente: com uma mentira que tenta vir para o bem.
Algumas pessoas se agarram tão forte à ideia de que há vida após a morte que, de certa forma, criam argumentos que justifiquem outros fatos desconhecidos. Então, surgem "respostas" para coisas desconhecidas, como a origem da vida, a origem do homem... surge a mitologia religiosa. Mas então, há uma possibilidade maléfica: quem controla a criação e manutenção dos mitos e das crenças controla quem acredita nisso.
Os líderes religiosos, supostamente entendedores da mitologia religiosa, ganham poder, pois quem controla a massa controla o poder.
Os líderes políticos desejam poder, sendo assim, associam-se aos líderes religiosos, como forma de regular a sociedade, direcionando-a para os fins desejados. 

  • É favorável que a escravidão seja moralmente aceita? A religião aprova a escravidão.
  • É favorável que a mulher fique em casa, cuidando dos filhos, enquanto o homem vive fora de casa e comanda? A religião aprova o sexismo.
  • É favorável que exista uma crença de que, os crentes naquela religião serão recompensados no futuro? Então a religião institucionaliza o juízo final, criando punição aos descrentes e recompensa aos crentes.
Enfim, me fiz por entender.

A religião agrega poder, sem duvidas. A religião controla mentes. A religião cria mentiras para justificar o que não é entendido.
Eu sou um animal irracional. Eu faço raciocínio, eu faço significação, eu tenho emoções. Mas ao longo da minha vida, eu fui impulsionado a buscar conhecimentos, a aprender, a entender o mundo. Percebi que os conceitos mais esquisitos e os mais óbvios, todos são, mais cedo ou mais tarde, compreendidos através de métodos científicos. Então, aos poucos, fui eliminando a necessidade da crença em religião, em deuses.

  • A origem do homem?
  • A origem das espécies do mundo
  • A evolução do universo?
  • O funcionamento do meu sistema nervoso?
  • A construção da do Coliseu de Roma?
  • O funcionamento de carros?
  • O mecanismo das doenças?

Tudo (e muito mais) cientificamente explicado.
Por que eu acreditaria em Deus? Não tenho mais motivo.

Por isso me tornei ateu. Por isso nego pensamentos dogmáticos, religiosos, que tentam estabelecer padrões morais e éticos, que querem padronizar o funcionamento da sociedade atual.
Entenda: a ciência avança com o tempo. Antigamente, acreditava-se que as doenças eram vingança dos deuses. Com o estudo da vida microscópica, descobriu-se a patologia, as bactérias, os vírus, os danos genéticos e celulares. Mas a religião não avança com o tempo. Antigamente, acreditava-se, nos dogmas judaico-cristãos, que a Terra surgiu a partir da criação divina, em 7 dias. AINDA HOJE TEM GENTE QUE ACREDITA NISSO!

A ciência é CRÔNICA (segue o tempo e suas mudanças), a religião é ANACRÔNICA (não segue o tempo e não segue suas mudanças).

Eu espero ter sido o mais claro possível. Eu espero tentar convencer novas pessoas a serem mais racionais e largarem suas necessidades de explicar o mundo através de métodos irracionais. Tem dúvidas sobre clonagem, sobre a origem da vida, sobre a origem do planeta Terra? ESTUDE, LEIA. A internet tá aí pra isso. Só não deixe que um bando de gente DIGA PRA VOCÊ, SEM EVIDÊNCIAS PROVADAS E APROVADAS, QUE AS COISAS SÃO COMO ELES DIZEM QUE SÃO.

Não desperdice seus bilhões de neurônios aceitando explicações falhas e mentirosas. Pense, aprenda, pesquise, raciocine. Faça o mundo um lugar melhor pra se viver.

Em todo o mundo, tem muita gente que pensa parecido comigo, inclusive usa argumentos parecidos. Espero não ter sido repetitivo. Abraços.

12 de ago. de 2013

É, lá no fundo

Eu preciso ir mais fundo
Preciso alcançar o chão, a base de tudo

Nós somos doutrinados, eu e você
A crer sem pensar que o topo vale a pena
E o fundo não é nada

Mas quem inventou isso
Devia ter merda na cabeça
Quem inventou isso convenceu você e eu que nós estamos dentro do poço
E precisamos sair dele

Mas adivinha, Sherlock?
Nós não estamos no poço
Nós somos o poço

O fundo do poço
É o fundo da sua alma
O que tem no fundo da sua alma, você sabe?
Você entende a bagunça da sua cabeça?

Aposto que nunca tentou entender
Aposto que aceitou colocar uma tampa no poço
E nunca tentar entrar nele, por medo de chegar
No fundo do poço

É mentira achar que o fim é o fundo
Que depois do fim não tem saída a não ser o topo
Entender o fundo
É entender o todo

Aquele pedaço de plástico
Que você guarda na sua carteira, na sua bolsa
Cheio de números e com um chip nele
Aquele cartão não vale nada, aquilo não existe no fundo do poço

Todas as suas roupas bonitas
Todos os seus sapatos brilhantes
Nenhum deles servem pra alcançar o fundo do poço

Livre-se do que você pensa que tem valor tangível
Mantenha seus amigos, mantenha suas mãos, mantenha sua mente aberta
e tente não olhar pra cima, pra luz

Alcançar o fundo demora um tempo
Mas vale cada centímetro
Do fundo você enxerga quem você é, enxerga sua alma
Você reavalia sua vida

Eu quero correr agora
Correr até os pulmões começarem a queimar
Até o ombro direito doer
E quando isso acontecer, eu não vou parar

Eu vou correr mais
Eu vou correr em círculos
Até eu descobrir que não fui eu que corri
Que o círculo deu voltas em mim, nos meus pés, o círculo sou eu
E eu sou o círculo

Você entende o que eu quero dizer?
Não é bonito, não é fácil entender
Mas é a realidade:
Você precisa alcançar o fundo do poço
Pra enxergar a luz no topo

Você precisa morrer
Pra aprender o que é viver

Você precisa largar tudo que você ama
PRA APRENDER A AMAR

E o que tudo isso te ensina?
Que nós, eu e você
Somos simplesmente vidas desperdiçadas
Nós consumimos muito
E produzimos pouco

Tá na hora de mudar
Tá na hora de chegar
No fundo do poço


29 de jul. de 2013

Take the power back

Tá na hora de mudar, entende? Não mudar a direção, nem os objetivos: mudar a maneira como alcançá-los.
Deixei a barba crescer nas férias, por duas semanas. Começou a tomar forma. Conclusões: eu TENHO barba (nunca havia deixado crescer tanto tempo) e eu posso deixar ela crescer, se eu quiser. A escolha é minha, o poder é meu.
Muita desilusão e chamadas mentirosas. Fogueira que acende na palha mas que precisa ser cultivada pra realmente aquecer qualquer coisa. A questão é: cultivá-la ou não? A barba eu deixei crescer porque está na minha cara, por preguiça. Mas e a fogueira?


Pesar cada consequência antes de agir, ou deixar o fluxo levar, assim como a barba cresce na cara?
Existem perigos maiores do que aqueles que eu já calculei, já ponderei, já mensurei? E existem dores maiores do que aquelas que eu já conheço?
Não é tão fácil como deixar a barba crescer, certo?
Errado. Certo? Errado? Certo.

Por isso quero me redimir do que eu disse lá no passado, não era eu. Agora não sou mais eu. Nada nesse mundo é eterno. Eu só preciso me convencer de uma coisa: meu sofrimento é escolha minha, assim como eu escolhi você.