Sonho bla bla bla

Eu não tenho o que você pode chamar exatamente de boa memória. Pra alguns assuntos (estudos) minha cabeça funciona igual um relógio: é tudo bem exato e um ideia quase nunca se atrasa. Uma bala na ponta da agulha. Mas pra outros assuntos eu realmente sou muito falho.

É como disse a wikipédia "A memória focaliza coisas específicas, requer grande quantidade de energia mental e deteriora-se com a idade". Eu já pesquisei bastante sobre o assunto: o envelhecimento da memória pode ser retardado consideravelmente com a prática de exercícios pro cérebro. Sudoku, jogo da memória, quebra-cabeças, brincadeiras com números, escovar os dentes com a mão esquerda (hard mode pra destros)... todos esses atos podem ajudar muito uma memória rebelde. Não reclamo das falhas da minha, mas enxergo que poderia ser melhor.

Dizem que a memória está relacionada ao sono. Admito: sou muito ruim pra dormir e displicente, pois durmo tarde. Tem gente que encosta a cabeça no travesseiro e dorme, direto. Eu não sou desse tipo. Eu me deito à noite e fico uma hora acordado, deitado, esperando o sono me levar. Dizem que isso é péssimo, que eu devo pensar menos, mas eu não consigo. É como um trecho da letra de Even Flow, do Peal Jam diz "[...] thoughts arrive like butterflies /Oh, he don't know, so he chases them away [...]"





Ao invés de borboletas, pense em pterodáctilos armados com duas metralhadoras .50, uma em cada asa, sobrevoando a minha cabeça.


Acima de tudo, o que eu mais gosto de lembrar logo de manhã bem cedo são os sonhos que tive durante a noite. Já percebi: quando eu acordo, a memória deles vai se esvaindo, mas com um esforço e muita concentração é possível captar as sensações do sonho (às vezes a história inteira). Minha cabeça é quase um cinema, os meus sonhos são muito divertidos. Não costumo tê-los com frequência, mas quando acontecem... são sempre muito interessantes.


Quando eu era pequeno, por exemplo, eu sonhei que estava com o Megaman X: eu era o Zero, seu parceiro de lutas. Quem já jogou vai entender, mas quem nunca jogou, bem, sinto pena de você e de sua infância perdida. 
É, um sonho muito infantil, mas que na época foi bom, cheio de efeitos especiais oníricos. 


Cara, pro Sílvio de onze anos de idade, empunhar o sabre de luz do Zero foi uma sensação fantástica. Pois é, a coisa foi tão boa que eu me lembrei do sonho por diversas noites. Enquanto o sono não me pegava, eu criava histórias, desenvolvia mundos. O que era pra ser um fruto da mente juvenil de um garoto que jogava videogames demais tornou-se um belo exercício de criatividade e manteve minha mente longe de merda, durante um bom tempo.


Esse exercício se tornou quase um vício e até hoje eu crio zilhões de histórias antes de dormir. Não, nem penso em Megaman X mais, mas mesmo assim são histórias boas.


É, eu cresci. Ainda jogo X, quando sinto saudades dos jogos da meninice, mas hoje em dia não é a mesma coisa.


Esses dias eu assisti um filme do Clint Eastwood, um ator que adoro. Como sempre, o filme era ambientado no velho oeste. Pra quem quiser assistir, chama Os Imperdoáveis, muito bom mesmo. Nesse clima western, sonhei que eu estava numa dessas cidadezinhas abandonadas atirando em bandidos com uma Peacemaker e uma S&W Schofield. A sensação de atirar com a Schofield foi muito boa, eu sou louco pra comprar uma.

À esquerda: Colt Peacemaker. À direita: Smith & Wesson Schofield.

Creio que o sonho foi divertido. Estou indeciso entre continuar a história dele ou apenas esquecer da coisa toda. Quer dizer, eu já tenho 18 dezoito anos de idade, será que essa coisa de historinhas antes de dormir é infantilidade? Pelos meus atos, acho que não, mas às vezes a mente consegue pregar peças.


As histórias mantém minha cabeça limpa pra dormir. Simples: eu saio do mundo real, vou pro mundo imaginário pra depois penetrar o meu próprio mundo, do sono. Mas ultimamente tem problema demais na cabeça. Problemas suficientes pra me fazer deitar às 22h e permitir dormir às 2h.


Não há peso na consciência. Mas às vezes parece que tem alguém enfiando o dedo na minha garganta. Cara, eu preciso de uma garantia sincera (com duplicata e nota fiscal) de que não vou enlouquecer. E pelo jeito esse texto não está me ajudando nenhum pouco.