15 de out. de 2013

Como eu enxergo a religião

Ultimamente, estou raciocinando muito sobre vários assuntos, tendo mais contato com ciência. Acabei conhecendo muito mais sobre quem sou eu e tendo uma visão diferente da religião e do seu papel no mundo. Pensei muito antes de escrever esse texto, mas ainda tenho aquele sentimento de que não vai ser realmente o que quero dizer: vai ser bem menos.

Antes de tudo, preciso explicar o significado da palavra raciocínio. A função cognitiva RACIOCÍNIO é resultante da junção de várias funções cognitivas, como memória, percepção espacial, percepção cronológica, propriocepção (reconhecimento do próprio corpo), linguagem, entre outras. Além disso, RACIOCÍNIO funciona como uma função integrativa, possibilitando ao homem tomar atitudes frente a situações oferecidas pelo meio interno ou externo.
Fato é: você só raciocina pois você tem experiências anteriores que dão combustível para que as suas funções cognitivas funcionem juntas, gerando RACIOCÍNIO. Juntas, todas as funções cognitivas originam o ESTADO DE CONSCIÊNCIA, que (bem resumidamente) pode ser de vigília (acordado), sono, coma ou morte.

Através do raciocínio, o homem cria a SIGNIFICAÇÃO, uma função cognitiva que permite agregar valores a tudo que é visto, ouvido, cheirado, tateado, pensado, lembrado, sentido... enfim. A função de SIGNIFICAÇÃO é fazer você reconhecer que aqueles óculos do seu avô, pendurados no canto da sala, são importantes. Sua memória lembra que aquele par de óculos era do seu avô, sua memória lembra que ele faleceu e que ele era importante por você, havia empatia. Então, a SIGNIFICAÇÃO funciona, agregando valores emocionais a um objeto, já sem uso.

Dessa forma, o homem é um animal IRRACIONAL, pois os sentidos (visão, olfato), as funções cognitivas (memória, linguagem), provocarão a evocação da significação, que gerará emoções. As emoções são COMPLETAMENTE irracionais. Nem me venha dizer que você consegue explicar racionalmente o amor. Explicar é uma coisa, mas evocar, ou melhor, evitar racionalmente, é outra bem diferente.

A significação justifica por si só a existência da religião. Por amar alguém, por amar a própria vida, o homem deseja mantê-la consigo, jamais perdê-la. Criando o mito de que ele viverá após sua morte (algo que, por si só, já parece bem irreal), ele "vence" a morte. Evitando emoções negativas (perda, tristeza, solidão) o homem vive mais positivamente: com uma mentira que tenta vir para o bem.
Algumas pessoas se agarram tão forte à ideia de que há vida após a morte que, de certa forma, criam argumentos que justifiquem outros fatos desconhecidos. Então, surgem "respostas" para coisas desconhecidas, como a origem da vida, a origem do homem... surge a mitologia religiosa. Mas então, há uma possibilidade maléfica: quem controla a criação e manutenção dos mitos e das crenças controla quem acredita nisso.
Os líderes religiosos, supostamente entendedores da mitologia religiosa, ganham poder, pois quem controla a massa controla o poder.
Os líderes políticos desejam poder, sendo assim, associam-se aos líderes religiosos, como forma de regular a sociedade, direcionando-a para os fins desejados. 

  • É favorável que a escravidão seja moralmente aceita? A religião aprova a escravidão.
  • É favorável que a mulher fique em casa, cuidando dos filhos, enquanto o homem vive fora de casa e comanda? A religião aprova o sexismo.
  • É favorável que exista uma crença de que, os crentes naquela religião serão recompensados no futuro? Então a religião institucionaliza o juízo final, criando punição aos descrentes e recompensa aos crentes.
Enfim, me fiz por entender.

A religião agrega poder, sem duvidas. A religião controla mentes. A religião cria mentiras para justificar o que não é entendido.
Eu sou um animal irracional. Eu faço raciocínio, eu faço significação, eu tenho emoções. Mas ao longo da minha vida, eu fui impulsionado a buscar conhecimentos, a aprender, a entender o mundo. Percebi que os conceitos mais esquisitos e os mais óbvios, todos são, mais cedo ou mais tarde, compreendidos através de métodos científicos. Então, aos poucos, fui eliminando a necessidade da crença em religião, em deuses.

  • A origem do homem?
  • A origem das espécies do mundo
  • A evolução do universo?
  • O funcionamento do meu sistema nervoso?
  • A construção da do Coliseu de Roma?
  • O funcionamento de carros?
  • O mecanismo das doenças?

Tudo (e muito mais) cientificamente explicado.
Por que eu acreditaria em Deus? Não tenho mais motivo.

Por isso me tornei ateu. Por isso nego pensamentos dogmáticos, religiosos, que tentam estabelecer padrões morais e éticos, que querem padronizar o funcionamento da sociedade atual.
Entenda: a ciência avança com o tempo. Antigamente, acreditava-se que as doenças eram vingança dos deuses. Com o estudo da vida microscópica, descobriu-se a patologia, as bactérias, os vírus, os danos genéticos e celulares. Mas a religião não avança com o tempo. Antigamente, acreditava-se, nos dogmas judaico-cristãos, que a Terra surgiu a partir da criação divina, em 7 dias. AINDA HOJE TEM GENTE QUE ACREDITA NISSO!

A ciência é CRÔNICA (segue o tempo e suas mudanças), a religião é ANACRÔNICA (não segue o tempo e não segue suas mudanças).

Eu espero ter sido o mais claro possível. Eu espero tentar convencer novas pessoas a serem mais racionais e largarem suas necessidades de explicar o mundo através de métodos irracionais. Tem dúvidas sobre clonagem, sobre a origem da vida, sobre a origem do planeta Terra? ESTUDE, LEIA. A internet tá aí pra isso. Só não deixe que um bando de gente DIGA PRA VOCÊ, SEM EVIDÊNCIAS PROVADAS E APROVADAS, QUE AS COISAS SÃO COMO ELES DIZEM QUE SÃO.

Não desperdice seus bilhões de neurônios aceitando explicações falhas e mentirosas. Pense, aprenda, pesquise, raciocine. Faça o mundo um lugar melhor pra se viver.

Em todo o mundo, tem muita gente que pensa parecido comigo, inclusive usa argumentos parecidos. Espero não ter sido repetitivo. Abraços.

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