19 de nov. de 2012

Mas nem eu entendo

Crie seu proprio texto.
Faz essa porra do jeito que você achar certo. É sério.
Escrever é uma coisa legal. É legal escrever, de verdade. Você consegue colocar muita coisa pra fora, em algumas linhas.

Puta que pariu, mas faz tempo que você não escreve. Você nunca foi de ficar tanto na redoma do silêncio, não to entendendo você.
Faz pouco tempo que eu e você observavamos juntos o movimento das pessoas, da rua, dos carros, da porra das árvores. Todas essas árvores que viram papel, que viram maracujá, que viram adubo outra vez pra outras árvores seguirem o caminho que só elas tem paciência seguir.

Na grama, nas folhas, nos raios do sol, até nas gotas daquela água (que sinceramente, eu tenho certeza que era suja) eu consigo enxergar o seu rosto. Mas faz tempo que não visito aquele lugar, então, faz tempo que não te vejo, de verdade.

Ninguém tem tempo pra nada. É uma covardia do proprio tempo, fugir das pessoas com pernas curtas demais. Eu é que tenho as pernas grandes, que dão volta no mundo, que dão volta na Via Lactea. Eu é que sei os atalhos, os caminhos curtos. Eu sei chegar na China em 5 minutos, só virando aquela esquina ali.

E você aí, se matando de serviço, se matando de vontade de se matar de sono. Correndo atrás do tempo covarde, sem ver nenhuma porra de árvore, sem sentir fé de sair desse pedaço de pão que o diabo amassou.
Enquanto eu to aqui, à toa, 4h da manhã, lendo música, ouvindo livros e pensando em você sem árvore ou pedaço de chocolate nenhum.

Eu to ficando doido. Doido de saudades bestas. Doido pra te ter, vendo balões pretos, caçadores do grande caixão, ruínas de poços de extração de petróleo, seus olhos grandes e pretos me enxergando na luz fraca, sorrindo, dançando, conversando comigo.

Eu pagaria o preço das 12 tarefas de Hércules, do homem pregado na cruz, do caroço de abacate na garganta, só pra te abraçar bem forte e mandar o tempo pro raio que o parta.
Cafuné nessa sua cabeça do tamanho do mundo, cheirar seus cabelos de maçã verde e dar um peteleco bem forte nessa sua orelha, que é pra você aprender: o tempo é o tempo, o mestre é você.

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